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União é condenada pagar R$ 1,8 milhão a indígenas de Chapecó

A Justiça acolheu os argumentos do Ministério Público Federal (MPF) e determinou à União o pagamento de multa no valor de R$ 1.846.509,81, devido ao atraso no cumprimento de sentença que, em 2018, condenou aquele ente público a construir uma nova unidade de saúde na comunidade indígena da Aldeia Condá, da etnia Kaingang, em Chapecó.

A decisão original deu prazo de 60 dias para o início das obras e de um ano para o término. A União demorou 241 dias para iniciar e 324 dias para concluir a obra. Como a Justiça estipulou multa diária de R$ 3 mil pelo não cumprimento da sentença, chegou-se ao valor total da multa, que deve ser revertida para a própria comunidade indígena.

O MPF promoveu a execução provisória da sentença, antes mesmo do trânsito em julgado da ação judicial, pois a inação da União no devido aparelhamento, reforma e adequação da unidade de saúde remonta há anos. Já em agosto de 2015, a equipe de inspeção da Vigilância Sanitária concluiu que a “unidade não oferece condições mínimas de estrutura física, técnica e operacional para atendimento à população com serviços de saúde”.

“Como a necessidade dos indígenas à adequada prestação dos serviços públicos relativos à saúde é urgente, é necessário iniciar o imediato cumprimento da decisão condenatória, ante a flagrante violação do direito fundamental à saúde dos membros da comunidade indígena”, cita o pedido do MPF à Justiça.

Outros pedidos semelhantes – Outras duas ações civis públicas semelhantes foram ajuizadas pelo MPF em 2015 e 2016, também pleiteando a construção de novas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSI), uma na Terra Indígena Toldo Imbú, em Abelardo Luz (SC), e outra na Terra Indígena Toldo Chimbangue, localizada em Chapecó (SC), ambas da etnia Kaingang. Nas duas ações, também houve a condenação da União, que somente então deu início às obras, também já concluídas.

Em 2019, foi ajuizada outra ação civil pública para a construção de nova UBSI na Aldeia Fazenda São José, na Terra Indígena Xapecó, em Ipuaçu (SC). Recentemente, o MPF ingressou com mais duas ações civis públicas, buscando a condenação da União a construir ou reformar novas unidades básicas de saúde na Aldeia Pinhalzinho e Linha Limeira, ambas da Terra Indígena Xapecó, que também apresentavam condições inadequadas de funcionamento. (Por MPF/SC)